Friday, April 20, 2012

Os Livros do Povo - Noções de Tudo #2

Número 13 - O Encanto Feminino, Parte II (a continuação)



5. "O que deve saber a mulher? Muito? Pouco? Coisa nenhuma? Ruskin respondeu: Quanto baste para compreender o marido".

Pára tudo. Para as solteiras de 1920, a vida acaba aqui.
Prossigamos sem elas.

5. "A mulher, não deve deixar a cultura e a educação do seu espírito para muito tarde. Devendo porém, segundo Ruskin, essa cultura subordinar-se às exigências do marido, e não tendo ainda a mulher feito a sua escolha, como resolver o problema?"


A-ha! Afinal ainda existem, embora com sérios problemas por resolver. Vejamos que outra solução teria a mulher solteira de 1920, para além de se suicidar na via pública, por volta das suas 25 primaveras...

6. "A nosso ver, facilitá-lo-há, em grande parte, o facto de a mulher não procurar marido fora do seu meio. Os matrimónios híbridos, em que creaturas de educação completamente diversa tentam conciliar um antagonismo de todas as horas, raro dão bom resultado. Assim como se nos afigura vexatório para a dignidade da espécie, que uma branca se case com um preto. Entendemos que uma mulher fina e requintada, nunca poderá ser feliz com um brutamontes, nem uma burguezinha de ideias acanhadas com um marido que pense doutro modo."

(Djisas... Note-se a classe e educação com que se dizem estas barbaridades... Não estão a exigir, mas a educar, a dar conselhos...E isto foi há menos de cem anos... )
Assim se conclui que a vida da solteira de 1920 não acaba pelos seus 25 anos. Há sempre a hipótese de se manter no mesmo sítio, parada a olhar para cima, e aí talvez lhe caia um toucinho do céu... da mesma espécie, claro.

E tudo isto remata com...

6. "É mais que provável e quasi certo, que a mulher que escolhe marido no seu meio se mostrará, só por isso, habilitada a compreendê-lo num sem número de assuntos. Claro está que, salvo raros casos, não carece de especializar-se como o homem. A mulher do médico não precisa estudar anatomia, nem a espôsa do engenheiro de saber traçar estradas. A cultura feminina deve orientar-se num sentido acentuadamente genérico e receptivo que, isto é, permita à mulher formar uma ideia do que o marido está dizendo ou fazendo, mas não sirva para armar discussão erudita sobre o assunto."



Vá, aprendam lá qualquer coisinha para não fazerem má figura... mas não vão dizer que não é bem do lado esquerdo do peito que se situa o coração para não armar alarido. Cá coisas eruditas... só generalidades.


7. "Fora destas regras gerais, não vemos limite a marcar para a cultura da mulher, senão o de evitar por todos os meios, mesmo à custa de parecer ignorante, o mostrar-se uma sabichona. Nenhum defeito é mais desagradável e ridículo. As ratas-sábias ou as doutoras só podem agradar aos néscios ou aos desfrutadores. Pois se no homem é imperdoável a ostentação de sabedoria, na mulher só consegue fazer rir."


(Ouch...) Vá, cala-te e come.


8. "Para o suspeito feminismo, que desejaria dar bigodes e calças compridas à mulher, será ainda por muito tempo intransponível, pelo menos nos países latinos, a irónica barreira de Proudhon : Não se compreende a mulher legisladora, como não se compreende o homem ama de leite"


Isto ultrapassa qualquer limite da passagem das flores do episódio anterior. Imagino agora o John Lennon a erguer muita gente das campas. Mas se hoje em dia já a mulher usa calça, podemos falar do homem ama de leite?

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