Tuesday, June 12, 2012

Soluções para profissionais em apuros #1


O Repelente de informáticos incómodos

(tom de Horatio Caine) "Tenho uma pen mortífera na minha posse. Podem vir buscá-la quando quiserem. Mas não me liguem, que isto não toca. Têm de vir cá pessoalmente".

Vivalma aparece.

Wednesday, May 23, 2012

Alegria no Trabalho Repescada # 1


Poc, poc, poc, poc. 


Alguém se aproxima, descendo as escadas. Será Sandra (nome fictício), toda ela em saltos? Francisco (também nome fictício) em amena conversa telefónica, encostado à parede, de frente para as escadas.  




Poc, poc, poc, prelopecoque. 

Sandra tropeça e entra em plano de braços abertos, notoriamente em desequilíbrio. Uma fracção de segundo hilária, difícil de descrever. (Mas os braços abertos...) É amparada por Francisco que não mexe (!) e involuntariamente a salva de esbarrar violentamente com o nariz na parede. Não ia correr bem. Impávido, exclama: “Acabou de se atirar uma gaja para cima de mim”. Por pouco não me beijava!...” Sai vagarosamente, no seu característico estilo rock star, continuando a conversa.

Sunday, April 29, 2012

Alberto João Jardim

"Eu sou o discípulo de Gandhi".

Friday, April 20, 2012

Os Livros do Povo - Noções de Tudo #2

Número 13 - O Encanto Feminino, Parte II (a continuação)



5. "O que deve saber a mulher? Muito? Pouco? Coisa nenhuma? Ruskin respondeu: Quanto baste para compreender o marido".

Pára tudo. Para as solteiras de 1920, a vida acaba aqui.
Prossigamos sem elas.

5. "A mulher, não deve deixar a cultura e a educação do seu espírito para muito tarde. Devendo porém, segundo Ruskin, essa cultura subordinar-se às exigências do marido, e não tendo ainda a mulher feito a sua escolha, como resolver o problema?"


A-ha! Afinal ainda existem, embora com sérios problemas por resolver. Vejamos que outra solução teria a mulher solteira de 1920, para além de se suicidar na via pública, por volta das suas 25 primaveras...

6. "A nosso ver, facilitá-lo-há, em grande parte, o facto de a mulher não procurar marido fora do seu meio. Os matrimónios híbridos, em que creaturas de educação completamente diversa tentam conciliar um antagonismo de todas as horas, raro dão bom resultado. Assim como se nos afigura vexatório para a dignidade da espécie, que uma branca se case com um preto. Entendemos que uma mulher fina e requintada, nunca poderá ser feliz com um brutamontes, nem uma burguezinha de ideias acanhadas com um marido que pense doutro modo."

(Djisas... Note-se a classe e educação com que se dizem estas barbaridades... Não estão a exigir, mas a educar, a dar conselhos...E isto foi há menos de cem anos... )
Assim se conclui que a vida da solteira de 1920 não acaba pelos seus 25 anos. Há sempre a hipótese de se manter no mesmo sítio, parada a olhar para cima, e aí talvez lhe caia um toucinho do céu... da mesma espécie, claro.

E tudo isto remata com...

6. "É mais que provável e quasi certo, que a mulher que escolhe marido no seu meio se mostrará, só por isso, habilitada a compreendê-lo num sem número de assuntos. Claro está que, salvo raros casos, não carece de especializar-se como o homem. A mulher do médico não precisa estudar anatomia, nem a espôsa do engenheiro de saber traçar estradas. A cultura feminina deve orientar-se num sentido acentuadamente genérico e receptivo que, isto é, permita à mulher formar uma ideia do que o marido está dizendo ou fazendo, mas não sirva para armar discussão erudita sobre o assunto."



Vá, aprendam lá qualquer coisinha para não fazerem má figura... mas não vão dizer que não é bem do lado esquerdo do peito que se situa o coração para não armar alarido. Cá coisas eruditas... só generalidades.


7. "Fora destas regras gerais, não vemos limite a marcar para a cultura da mulher, senão o de evitar por todos os meios, mesmo à custa de parecer ignorante, o mostrar-se uma sabichona. Nenhum defeito é mais desagradável e ridículo. As ratas-sábias ou as doutoras só podem agradar aos néscios ou aos desfrutadores. Pois se no homem é imperdoável a ostentação de sabedoria, na mulher só consegue fazer rir."


(Ouch...) Vá, cala-te e come.


8. "Para o suspeito feminismo, que desejaria dar bigodes e calças compridas à mulher, será ainda por muito tempo intransponível, pelo menos nos países latinos, a irónica barreira de Proudhon : Não se compreende a mulher legisladora, como não se compreende o homem ama de leite"


Isto ultrapassa qualquer limite da passagem das flores do episódio anterior. Imagino agora o John Lennon a erguer muita gente das campas. Mas se hoje em dia já a mulher usa calça, podemos falar do homem ama de leite?

Os Livros do Povo - Noções de Tudo

Número 13 - O Encanto Feminino, Parte I



A capa não diz tudo mas promete muito: Um "Livro do Povo" com "Noções de Tudo"... e números vários. Deparei-me com o 13º, "O Encanto Feminino" (ou antes "as obrigações da mulher, ou o "estamos cheios de medo que mais dia menos dia elas nos passem a perna e isso é que não pode ser", em linguagem corrente); aparentemente em 1920, já muita pérola havia.


1. "É rara a mulher que, por o facto de ser mulher, se não considera desfavorecida da sorte e não inveje o ser homem".

Podia estar descontextualizado mas não está, é isto. Uma pessoa já nasce mal e é crónico.

2."Parecerá uma redundância dizer mulheres verdadeiramente, mulheres. infelizmente não o é, porque há creaturas que, usando saias e cabelo comprido, serão tudo quanto se quiser, menos mulheres. As mulheres quando se zangam mudam de sexo. Outras causas há que as desfiguram e dão foros de realidade ao "terceiro sexo" dos humoristas". 

Vamos por partes: Primeiro, as mulheres que não eram mulheres porque se zangavam. O rabo de saia não enganava. Mulher zangada vira homem, porque a verdadeira mulher não contesta. Há ainda a hipótese de ser homossexual se o fizer! Foi preciso ler a frase três vezes para entender o que realmente se queria dizer com tantas palavras e a designação de terceiro sexo dos humoristas. Bastava uma.

3. "Na generalidade, a mulher não ultrapassa a condição de discípula; admirável de quando em quando, mas nem sempre um reflexo do mestre. Não há mal em que assim seja. os bois não voam e as andorinhas não servem para puxar o arado. Que importa, portanto, que os homens saibam pensar melhor que as mulheres, se estas o suplantam em outras habilidades?"

Claro como água: Se a mulher é tão hábil com a frigideira, porquê pensar em assuntos? Os bois também não voam, porque haveriam elas de pensar? 

4."A mulher é a flor da vida. Cabe-lhe, como à flor, um duplo papel decorativo e oloroso".

Manhosos. Primeiro fala-se de flores. Depois em flores metaforicamente. Depois, nos deveres das flores. Pressinto o John Lennon a erguer-se da campa.

(to be continued... ele há mais)

Monday, April 16, 2012

O brusco desfecho da minha relação consideravelmente duradoura com as Finanças

(mantendo-me fiel à versão não piegas)

Depois do romance escaldante vivido nos últimos meses, esta história termina, tal qual se previa, de forma trágica. Como tudo o que é bom acaba.
Mas porquê assim, bruscamente, por carta? E tão cedo? Ninguém está à espera. No mínimo um ano. As Finanças já não são as mesmas, não tenham ilusões. Agora descobriram que são rápidas.

Pois surgem duas, e não apenas uma carta das Finanças na caixa do correio. 

A primeira rezava resumidamente o seguinte: (devia ter começado pela segunda)

"Verificou-se que as empresas x entregaram a declaração de alteração da contribuinte, sendo estas devidamente aceites e como tal procedeu-se ao acerto do valor em dívida". (menor, claro está. Afinal a dedicação vale a pena. Porém, estando paga a dívida que nunca foi dívida, não é fácil compreender este português. Há créditos, não dívidas. Enfim, prossigamos...)

A missa da segunda:

"Dado que o valor do acerto do valor em dívida (a sério, qual dívida?), é inferior ao descrito no decreto lei tal tal, o mesmo fica sem efeito". O mesmo que: Esqueça lá que lhe enviámos uma primeira carta. Daqui não leva nada.



Tenho demasiados estudos para isto. Vou comprar baldes de Haagen Dazs...

Ainda-está-agarrada-ao-pescoço episódio #26

A semanada e a fita gomada

Não vá uma pessoa ficar com a carteira demasiado pesada, dada a conjuntura, o melhor é rasgar um envelope com duas notas de 50... em três. Pessoas sérias, jogam pelo seguro.
Valeu-lhe a fita gomada e alguma experiência de visionamento na Fox Crime e as pequenas voltaram a circular.

Foi quase o milagre da multiplicação. Quase...

Friday, March 30, 2012

Genialidades proferidas por condutores de taxi #5

"O último filme que vi seguidinho foi o Ben-Hur".
É que eram duas VHS. Décadas depois, não tem ainda coragem para embarcar noutra aventura cinematográfica.

Há que ter assunto de conversa com clientes que saem da cinemateca.

Wednesday, March 21, 2012

As Finanças outra vez

(Ainda em versão humorística e não piegas)

Depois disto, e de quatro novas investidas, só me ocorre dizer que, afinal estes funcionários são pessoas com criatividade e QI muito acima da média. O filme é o mesmo... suspense, claro. O enredo muda a cada visita, assim como as personagens, à excepção da protagonista (excelentes acting skills, by the way). O final, inúmeras vezes afinado, cada vez mais trági... (cah-am)...cómico. 

Gravador... para a próxima levar um gra-va-dor.

Tuesday, February 21, 2012

A minha ida às Finanças em dia de Carnaval

(versão humorística e não piegas)

Dia de Carnaval, Repartição de Finanças às moscas. Cinco minutos de espera e o meu número está a apitar.
Sou atendida por um palhaço. Não é que não me apeteça chamar-lhe palhaço, mas este tinha mesmo caracóis azuis, nariz vermelho e laço às bolas envergado ao pescoço. Olhei em volta e vi vários, pelo que passei a estar no circo em primeira impressão. Pensei cá para mim... Estas pessoas têm humor! Ah, e tal, o Estado obriga-nos a trabalhar em pleno Entrudo, somos mesmo palhaços. Há humor nas Finanças. Sim, há. Que bom.

Segunda impressão: Não, não há humor. Quando estão dez palhaços dentro de uma repartição de Finanças, zangados e a reclamar uns com os outros, não há humor nem circo. Há um freak show, qualquer coisa sem sentido nenhum. Chega quase ao hilariante mas na verdade é deprimente e causa vergonha alheia. Para além disso, qualquer credibilidade que estes funcionários públicos possam ter, vai imediatamente pelo cano abaixo.

Terceira impressão: (E agora sim, começa o circo)

Eu - Fui notificada para pagar coisas, julgo que por engano. IRS 2009... Já verifiquei tudo e não encontro qualquer erro.
Palhaço constipado - Estou a perceber, deixe-me ver aqui no sistema. Isto está muito lento hoje...

A dar pelo número de cliques no rato, mesmo sem ver o monitor, aposto que o palhaço constipado estaria em simultâneo a jogar Solitário ou Mineswepper. Não sei o quão actualizado estará o Windows do Serviço público hoje em dia, por isso qualquer uma das duas hipóteses é válida. Continuando e longos minutos depois: 

Palhaço constipado: Ora bem, estou a identificar uma grande confusão. Realmente está tudo correcto nos seus documentos, embora o sistema diga o contrário. Terá de fazer uma reclamação. Tire a senha, primeiro andar.

Vivalma no primeiro andar, atendida em segundos.

Palhaça com cabeleira de banda - Então o que se passa é o seguinte: A senhora entregou a documentação correctamente, embora as empresas para quem trabalhou não o tenham feito. Está aqui um problemão.
Eu - Ah! E a multa sou eu que pago...
Palhaça com cabeleira de banda -Tem de ver no seu contrato com estas entidades o que lá está escrito.

(Silêncio prolongado)

Eu - Tenho aqui os meus recibos verdes.
Palhaça com cabeleira de banda - Sim. Mas nos seus contratos...
Eu - Repito. Tenho aqui os meus recibos verdes. Não há contrato...
Palhaça com cabeleira de banda - Pois... mas em 2009 os recibos verdes não estavam em sistema, não eram digitais, percebe?
Eu - Repito. Tenho aqui os meus recibos verdes. Tem fotocopiadora? Anexo à reclamação... Já me disse que estão bem preenchidos...
Palhaça com cabeleira de banda - Quer que lhe diga uma piada? Já excedi o meu limite de fotocópias hoje... mas eu tiro as cópias então...

Foi, portanto, um grande favor que a palhaça me fez. Tirar fotocópias em minha defesa.

Palhaça com cabeleira de banda - Bom, eu vou enviar esta documentação para a direcção. Mas se quer a minha opinião sincera, vai ter de acabar por pagar este valor... A não ser que consiga fazer com que estas 3 entidades alterem as declarações a seu respeito, porque realmente estão erradas. Só que o sistema não consegue ver o humano, só o número... (Isto sim, humor puro)
Eu - E considerando que uma destas três entidades já não exista? Fechou...
Palhaça com cabeleira de banda - Pois...
Eu - Tenho os recibos correctamente preenchidos e entregues e aqui está a prova. Não faria mais sentido serem as entidades a pagar esta diferença, dado que o erro foi delas?
Palhaça com cabeleira de banda - Está dizer-me que uma delas já nem existe!
Eu - (Silêncio prolongado)

Amanhã estou agendada com o palhaço-mor, vulgo sr. director da repartição. Que sorte.
Sinto um vazio ao equacionar comentar isto. Não consigo começar por ponta nenhuma.

A ver vamos...

Thursday, February 2, 2012

Ainda-está-agarrada-ao-pescoço #25

Como ser (quase) notícia de capa de revista em meia dúzia de horas, step by step.

Não será necessário juntar-se a qualquer evento do jet set. Os modelitos são caríssimos, make up e cabelos uma carga de trabalhos e o assunto de conversa tem de ser estudado dias antes. A grande novidade é que para se ser (quase) notícia basta trabalhar numa estação de televisão. Muito mais simples, não?
Depois, basta seguir os passos seguintes:

1. Arranje-se para um dia normal de trabalho, sem nenhum adereço extra para não chamar a atenção dos seus colegas. Entre com o pé direito e ar sereno.

2. Leve consigo um maço com poucos cigarros e assim que possível, faça com que os seus colegas se apercebam da situação, avisando discretamente quando pegar no último. Pode exclamar algo do género: "Oh! Tenho de ir comprar tabaco". Não se alongue muito nesta fase do processo pois pode levantar suspeitas.

3. Vá comprar cigarros com várias coisas na mão. Para que não pareça propositado, despenteie um pouco o cabelo e mantenha a sua secretária muito desarrumada, cheia de papelada por tratar. Depois, pegue numa "mancheia" de coisas e saia.
Aproxime-se da máquina de tabaco e coloque-lhe a dita mancheia em cima. Pegue no desbloqueador. Insira as moedas, retire o produto desejado e traga tudo de volta para a sua secretária, desbloqueador incluído. Atenção: Nesta fase não olhe para os lados e se alguém parar para conversar, deixe-se ficar apenas em breve cavaqueira. Não exagere pois pode deitar tudo a perder, caso apareça um novo cliente.

4. De volta à sua secretária, coloque tudo em cima da mesma, sem considerar qualquer tipo de organização visual. Assim passará despercebida.
5. O pior já passou. Sente-se agora confortavelmente e aguarde. Durante a hora seguinte ninguém irá conseguir adquirir cigarros na estação de televisão. Duas horas depois, a falta de nicotina fará com que alguém chame a segurança do edifício para resolver o sucedido. A segurança irá imediatamente inquirir transeuntes, ao deparar-se com um furto de tal calibre. Não chegará, obviamente, a conclusão nenhuma ficando apenas com uma solução de último recurso: a videovigilância. Estes indivíduos adoram acção e acontecimentos do género, portanto não é difícil. Para além do mais, isto vai fazer com que entre na terceira hora da ocorrência e que os ânimos se exaltem um pouco mais.

6. Quatro horas (e muitos rewind) depois da ocorrência, a segurança vai identificá-la nas imagens. É hora de se mostrar ocupada. Rodeie-se de telefones a tocar e despenteie-se novamente, mantendo sempre um ar despistado.
Nota: Normalmente nestes casos de extrema importância, será o responsável da segurança a assumir o comando. Não se deixe intimidar. Estas pessoas estão habituadas a todo o tipo de delinquentes e ao mínimo deslize, será desmascarada.

7. Encontrado o desbloqueador em cima da sua secretária, dá-se o flagrante. Não terá forma de negar o sucedido, muito menos de evitar olhares de terceiros e quartos. A acusação é grave, há que ter sangue frio. A sua deixa é: "Oh! Como é que esse objecto veio parar à minha secretária?" "Oh! Mas foi há muitas horas! Como é possível? Como me identificaram? Que grande trabalheira", ou algo similar, desde que diga muitos "oh" em cada frase. Limite-se a ficar surpreendia e esforce-se por corar. Até porque nunca lhe passou pela cabeça deixar uma estação inteira sem fumar durante horas... Longe de si! Lamente o sucedido e ria (nunca descontroladamente).

8.  Em seguida, faça com que um ou outro colega espalhe pelas redes sociais algo como: "Confirma-se. A videovigilância na estação de televisão tal tal funciona, mais uma marginal apanhada em flagrante", e incite os restantes a comentar, ironicamente, qualquer outra coisa como: "Vi-a sair algemada, uma vergonha". Basta portanto que crie uma pequena brincadeira entre colegas.

9. Deixe passar aproximadamente 30 minutos e a imprensa entrará em contacto com os responsáveis do seu local da trabalho, na tentativa de apurar quem terá sido afinal algemado e que tipo de assalto terá sucedido. Just like that. 

Está portanto, aqui explicada a receita para a quase notícia. Porém, faça cuidado para não brincar às pêjotas no dia seguinte.

Legenda: Pelo sim, pelo não, vamos tratar da ocorrência em condições, para que não se repita. (Sim, é uma guita à serviço público)


Qualquer semelhança com a realidade, é pura coincidência.

Tuesday, January 31, 2012

Ainda-está-agarrada-ao-pescoço #24

As olheiras do outro.

Acordar é provavelmente a tarefa mais árdua que faz na vida. (Continuo a não achar que "tarefa árdua" seja a melhor forma de o descrever, mas não me quis dar ao trabalho de descobrir o nome da patologia em questão). O mesmo se comprova pela observação cronológica e pormenorizada dos factos: ao longo dos anos, o uso de diferentes equipamentos (mais ou menos) tecnológicos, não conseguiu mais do que um caixote cheio de parafernália escondido na arrecadação. Recentemente e seguindo uma filosofia baseada na estratégia "tentativa-erro", acaba por encontrar uma solução eficaz. Estatisticamente falando, claro. Esta passa apenas por garantir que nada é alterado nas variáveis abaixo indicadas:

1. Dispôr de um despertador com coluna considerável e radio FM.

2. Dispôr de um telemóvel à cabeceira.

3. Dispôr de um outro telemóvel à cabeceira.

4. Ter o primeiro disposto a despertar com intervalos de 5 minutos.

5. Ter o segundo disposto a despertar também com intervalos de 5 minutos (com 2m30s de diferença horária para alternar com o primeiro disposto).

6. Sintonizar a Rádio Comercial, dando especial importância ao decibel. (Não é permitido revelá-lo publicamente mas garanto que o Parque da Bela Vista já ouviu similares)

7. Deixar passar 50 minutos. É tiro e queda.

Testemunhas oculares relatam que, no decorrer desta última fase do processo, têm alucinações durante a ducha, pois crêem veemente que Nuno Markl lhes está dentro da cabeça. Ele, o Sport Billy, um vinyl  da Cândida Branca Flor e às vezes o Alf. Alguns destes personagens chegam a provocar efeitos secundários durante o dia. "Senti que estava a tomar banho comigo, mais o Palmeirim, a Vanda Miranda e o Pedro Ribeiro. Éramos demasiados na banheira!"

Danos colaterais postos de lado, certo é que a estratégia funciona. Ou funcionava. Pois que como tudo o que é bom acaba, isto era bom mas acabou-se. E tudo com uma simples visita... do vizinho do lado.
Anos de estudo e aparece o vizinho do lado. Olheirento.

"Não queria incomodar mas... o seu despertador... fica a tocar durante muito tempo... e muito alto..."

Pausa para tradução: Tenho o Palmeirim, a Vanda Miranda e o Alf na minha cama todas as manhãs. Somos demasiados e não há espaço para tantos.

"Aos dias de semana ainda vá... acordo um bocadinho mais cedo. Mas ao fim-de-semana..."

Pausa para tradução: Ao fim-de-semana já não são tantos na minha cama mas ainda assim, não cabem.
Considerando o pobre vizinho, todos estes anos de trabalho acabam por ir ralo abaixo. O volume de todos os equipamentos passou a estar consideravelmente mais baixo e é obvio que que esta alteração se reflecte com alguma gravidade no quotidiano da pobre. Transtornos vários, até.
Tudo isto para deixar claro a Cristina Barata (nome fictício), que a culpa dos seus mais recentes atrasos não é propriamente sua. É do vizinho... claramente do vizinho. :)

Friday, December 16, 2011

rabanadas e attachements.

Wednesday, December 14, 2011

Couldn't happily agree more.

"É incrível a qualidade da chatice em que me meto".

Nuno Markl

Tuesday, December 6, 2011

Genialidades proferidas por condutores de taxi #4

The tropical cab

É um Dezembro quente, este. Diria mesmo tropical. De tal forma que o tejadilho já está aberto quando entra no veículo. Ao engano, ainda equaciona a necessidade de arejamentos temporários.

- Ora é para onde?
- Rua tal tal, nº44.
Metida a primeira e levantados uns quantos fios de cabelo, a única imagem que lhe ocorre é Carmen Miranda acenando aos fãs em pleno passeio ao longo de Copacabana. Com águas de côco e cenas. Mas Dezembro em Lisboa é bem mais tropics, nem se deveria colocar essa questão.

- Faz ideia de onde isso fica?
- Rua tal tal, nº44. (note-se que é daquelas que ouvimos diariamente nas informações de trânsito)
- Sim, sim... mas não estou a ver...
- Não sabe onde é a rua tal tal? - do fundo da corrente de ar, já engasgada com cabelos.
- Sei pois. Agora o número 44, não estou mesmo a ver...
- Hum. (Como quem diz: há uma rua que se sabe qual e há um número, o que falta perceber?)
- Não consegue informar-se melhor?
- Não sei se consigo dizer-lhe algo mais específico do que isto...

Tropical cab é encostado à beira de uma praça com colegas de profissão, o volume capilar acalma, embora em desalinho. Salta a pergunta pertinente:

- Rua tal tal, nº 44, sabe onde é?
- Ora... vai até à rua tal tal e procura o nº44.

(Pois.)

Arranca novamente em trópicos (é exagerado dizer que a garota já vai com os olhos raiados devido aos ciscos que entram veículo adentro, mas tem muito mais piada). Rua tal tal e nada de nº 44. Rua abaixo, rua acima a velocidade que não permite identificar a numeração, ainda insiste:

- Se me conseguisse dar uma outra referência, talvez fosse mais fácil. Não pode ligar a ninguém?

- Nevermind. Fico por aqui.

Sobrevivida ao El Nino, ao lado do nº 44, por coincidência.

E taxis descapotáveis, não? Seriam um sucesso nessa Lisboa dos Dezembros quentes...

Tuesday, July 26, 2011

Ah! O que é isto? #9



Uma secretária exemplar, step by step. (E não um dia descontrolado, desenganem-se)

1. The loud-annoying object part 1
2. Acessório a manter a determinada distância de segurança, principalmente nos dias em que os objectos nº 1, 10 e 24 se encontrem fora de si.
3. Uma colher de sopa para comer sopa. What else?
4. (Dado que temos dois pulsos) Outro acessório a manter a determinada distância de segurança, principalmente nos dias em que os objectos nº 1, 10 e 24 se encontrem fora de si.
5. Uma alheira de Mirandela, naturalmente.
6. Pendentes muitos.
7. Sardines on carvon (to be).
8. Uma garrafa de água vazia, depois de várias "Ah, que securas".
9. Uma garrafa de água cheia, pronta a saciar "Ah que securas" próximas.
10. The loud-annoying object part 2.
11. Os senhores que hão-de vir cá ter direitinhos.
12. Rita Ribeiro em pontas.
13. Soalho em tom cinza mesclado. Pantone #893894
14. a 23. Post it's vários (melhores que lamelas de Centrum)
24. The loud-annoying object part 3
25. Centrum por encetar.
26. "Sim, meu Coronel?"
27. Fita gomada com aparelho, fora do alcance de Cristina Barata.
28. O objecto mais disputado do dia.

Tuesday, July 12, 2011

Ainda-está-agarrada-ao-pescoço #23

Carnide Wild Tuning Festival 2011

Sucede o veículo primeiro sair em auxílio de veículo segundo, munindo-se de cabos e de algum orgulho por poder trocar finalmente de posto. Quer o destino que, por qualquer fatalidade, surja a necessidade de auxílio de um veículo terceiro.  É nestes casos que chegamos à conclusão de que a experiência é tudo. Nem a mais difícil proeza fica de fora do curriculum. Ases da estrada... ases!

Legenda: Podia ser uma concentração tuning mas não é. Apesar da presença de show girls, não havia som a bombar. A mim não me levam ao engano.

Monday, May 30, 2011

Ah! O que é isto? #8

A Pastilha do café que quer ir à sua vida, step by step.

Ah! O que é isto? #7

O caldo está entornado e não pode ser, step by step.

Ah! O que é isto? #6

Cerâmicas e vidros não são daqui, step by step.

Ah! O que é isto? #5

O invólucro da resma de papel e o seu destino, step by step.

Ah! O que é isto? #4

A derradeira garrafa e seu invólucro, step by step.

Ah! O que é isto? #3

O pacote de açúcar meio cheio e meio vazio.

Ah! O que é isto? #2

A garrafa de água abandonada, step by step.

Ah! O que é isto? #1

A embalagem de café vazia, step by step.