Wednesday, March 16, 2011

Momento de Sapiência Popular #15

Do tempo da outra senhora


Patrícia Santana (nome fictício), adquiriu recentemente uma das pérolas mais inacreditáveis de que me lembro (apesar de a sua origem ser de cariz bastante misterioso): Um livro intitulado "Os Remédios da Avozinha", publicado algures na década de 70.  Basta percorrer algumas linhas da dita obra para percebermos que nos proporcionará momentos de lazer com distinta qualidade.

Ora entre as dicas da senhora (de referir que ele há remédio para as maleitas de amor (!), e esta são outros quinhentos...), deparámo-nos com as seguintes:

Dores de garganta: "O remédio mais simples é enrolar em volta do pescoço uma meia de lã que foi calçada durante todo o dia, com o pé da meia colocado sobre a garganta. À falta de meia suja, pode-se utilizar uma limpa, cujo pé se enche de batatas cozidas ou de cinzas quentes."
 
Bom. Ou ficamos com o bedum, com a intoxicação, ou vivemos uma experiência bem escaldante.  Logo, talvez fazer um puré de batata dentro de um soquete seja a melhor opção.



Entaladela: "Primeiramente é preciso acalmar a dor, que é forte, e os gritos do infeliz, que o não são menos. Para tal, aplique-se sobre a parte esmagada uma compressa de água fria, juntamente com palavras de encorajamento. Ao fim de duas horas, deve-se furar a entaladela, de um lado ao outro, num gesto decidido, com uma agulha passada nas chamas. Desinfecta-se depois com álcool e tapa-se com um penso".


Não há condições para legendar isto.


Espinha-de-peixe: "Para fazer sair uma espinha cravada na garganta, faça cócegas na úvula com uma pena embebida em azeite. Se for capaz faça pino. Se não pesar muito peça que o sacudam com força de cabeça para baixo. Para fazer passar uma espinha ou um ossinho, deve engolir bolas de pão,  uma batata cozida ou uma banana. Uma vez que o intruso foi para baixo coma alhos-porros cozidos até evacuação final, as fibras envolvem espinha e facilitam a saída".


Não percebo o porquê da obsessão com batatas cozidas. De resto parace-me tudo normal: ter uma pena à disposição, fazer o pino com uma espinha entalada na garganta ou pedir a alguém para nos sacudir, quando estamos com um valente engasgo. Tudo não passa de uma questão gravítica.

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