Tuesday, November 11, 2008

Momento de Sapiência Popular #4

Tenham medo porque eu comprei determinado livro e seguem-se muitos próximos episódios de sapiência popular. Já não «largo o osso», graças a um tal Sr. Orlando Neves. E quem diria que este célebre osso tão usado na gíria não era mais do que o fémur, ou quem sabe o menisco do Vasco da Gama? É verdade. Esta tão conhecida expressão refere-se aos restos mortais desse senhor (o tal das Índias e das tormentas).

Legenda: Fémur e menisco do Vasco.

Ora a história de largar o osso reza o seguinte:

Vasco da Gama foi conde da Vidigueira. O governo da época determinou que, de Mormugão, onde o herói do descobrimento do caminho marítimo para a Índia morreu e estivera sepultado durante 12 anos, fossem trazidos os ossos para Portugal, de modo a mandá-los sepultar na Capela da Quinta do Carmo na Vidigueira. Mais tarde, depois de preparado o mausoléu nos Jerónimos, uma comissão foi à Vidigueira para transladar os despojos mortais do Vasco. Porém, diz-se que os Vidigueirenses (uns malandros), ciosos da honraria que lhes davam tão ilustres despojos, entregaram à comissão umas ossadas humanas que não eram as do Vasco. Os ossos foram analisados por peritos competentes que concluíram que estes não seriam verdadeiros. Não só pelo pequeno tamanho, pois o Gama era homem forte e espadaúdo (adoro espadaúdo) mas ainda pela própria cor. Descoberta a careca dos vidigueirenses, nova comissão foi então à Vidigueira para recolher os restos mortais do verdadeiro Vasco da Gama. A população revoltada opôs-se a esta transladação. Daí ficarem os naturais da Vidigueira conhecidos como «larga o osso».


E eu a achar que a analogia era com um cão. Cão-osso, osso-cão. Não larga. Mas não.

adaptado de Dicionário das Expressões Correntes, Orlando Neves.

3 comentários:

Anonymous said...

AnitaQuerEsseLivro e é tudo o que tenho a dizer!

Catraia said...

não é bom?

Anonymous said...

é SuperOMelhorLivroDoUniverso! DaBest:)